GC, princípios e função
Os Grupos de Conexão, GC, são parte de uma estratégia organizacional e funcional para a igreja, inspirada pelo Espírito Santo.
Desde o início da igreja, observamos os irmãos se reunindo no pátio do Templo e nas casas para celebrar ao Senhor, servir e cuidar uns dos outros, preparar os membros para a obra do ministério e anunciar o Evangelho. O crescimento da igreja naquele tempo foi exponencial e rapidamente o Evangelho de Jesus alcançou todo o mundo conhecido da época.
No entanto, com a institucionalização da igreja no início do quarto século, os irmãos começaram a deixar de frequentar as reuniões nos lares com a construção das grandes catedrais para a igreja se reunir. O resultado histórico foi a estagnação e até a regressão da igreja durante um pouco mais de 1000 anos.
A história registra que assim que os reformadores começaram a retornar àqueles princípios praticados no primeiro século, a igreja voltou a crescer e o Espírito Santo promoveu o crescimento da igreja, novamente.
Portanto, a estratégia de reunir a igreja nos lares não é uma invenção de nossa geração, comumente denominada de Células.
O que é GC?
É um pequeno grupo da igreja constituído de 6 a 16 pessoas que se reúne em dia, horário e local específico (casa, pátio da escola, local de trabalho etc) para adorar ao Senhor, edificar e cuidar uns dos outros e levar pessoas a Jesus.
O GC é mais que um culto doméstico, onde se limita à celebração e à pregação do Evangelho. O GC é mais que um grupo de oração ou de estudo bíblico, pois além de praticar tudo isso, é um pequeno grupo de pessoas que se reúne também para servir e cuidar uns dos outros.
O GC é uma estratégia para “pescar com várias redes”. Muitas pessoas podem ser alcançadas ao mesmo tempo com reuniões acontecendo simultaneamente em vários locais. É também uma estratégia pastoral para cuidar de todo o rebanho de forma personalizada, através do líder de GC.
Fundamento bíblico
Ao criar o homem, Deus planejou formar uma família de muitos filhos semelhantes a Jesus. Para seguir com seu plano, Ele formou um pequeno núcleo para multiplicação desses filhos, denominado de família. No entanto as famílias fracassaram, por causa do pecado.
Quando Jesus estabeleceu o seu ministério terreno para restaurar as famílias, ele privilegiou os lares, apesar de ensinar também nas sinagogas, e ao ar livre. Jesus estava em uma casa quando curou um paralítico (Mateus 13:36). Ele curou a sogra de Pedro na casa dele (Mateus 8:14). Ele parava para conversar e aconselhar durante refeições nas casas (Lucas 7:36). Ele entrava nos lares para evangelizar (Lucas 19). Estava nos lares para discipular aquele que criam nele (Lucas 10:38-42). Quando Jesus enviou seus discípulos, ele enviou-os de casa em casa.
Apesar de pregar para multidões, Jesus dedicava mais tempo de seu ministério com pequenos grupos. Ele escolheu doze discípulos para caminhar com ele e estarem nessas reuniões que aconteciam em grande parte nos lares. Esses doze receberam de jesus mais do que qualquer plateia, e foram encarregado de passar a diante o que Jesus ordenou.
A igreja do primeiro século se reunia no pátio do Templo e principalmente em pequenos grupos nos lares, de onde o Senhor acrescentava aquele que iam sendo salvos (Atos 2:46-47; 5:42). Em outros lugares, distantes do Tempo, a igreja era hospedada nas casas de alguns irmãos (Romanos 16:3-5, 7-9, 10, 11, 14; 1 Coríntios 16:19; Colossenses 4:15; Filemom 2).
As Epístolas demonstram a dependência que os irmãos tem uns dos outros, e a necessidade de caminharem juntos como corpo (1 Coríntios 12:4, 7, 12, 27; 14:26; Hebreus 10:24-25).
Princípios para uma igreja relevante
Uma igreja relevante cumpre a missão de Jesus onde estiver plantada. Apesar de não se limitar a um lugar, porquanto, é a manifestação de pessoas que se reúnem, apesar do lugar. O GC cultiva princípios para uma igreja se tornar relevante, pois se manifesta em unidade de propósitos e de princípios nos diversos lugares representados.
Podemos destacar pelo menos quatro princípios na funcionalidade dos GC:
Princípio da conexão
Assim como um corpo, a igreja crescerá se seus membros estiverem bem conectados uns aos outros. A comunhão entre os irmãos é o testemunho vivo da presença de Jesus na terra (João 17:21). O GC é um lugar privilegiado para exercer esse princípio e demostrar a unidade da igreja.
Somos “batizados no corpo pelo Espírito” (1 Coríntios 12:13), no entanto, a saúde do corpo depende da conexão de seus membros. A conexão dos membros mantem a vida em todo o corpo, pois, é por meio dela que o sangue circula em todo o corpo. Se for interrompida, o “sangue” deixa de circular e aquele membro sofre gangrena.
O GC conecta pessoas a Jesus. Porém, antes de conduzi-las a Cristo, nós ganhamos amigos, e depois, amigos em irmãos em Cristo, e irmãos em discípulos.
Princípio da integração
Algumas pessoas atraídas por Jesus tomam a decisão de entregar a sua vida a Jesus e depois de um tempo não vão mais à igreja e se “desconectam”. Por que isso acontece? A maioria que passa por essa experiência se sentiram como “um peixe fora d’água”.
Uma igreja relevante não apenas conecta, mas integra pessoas ao corpo de Jesus. O GC funciona como uma ponte de integração dentro da igreja. Logo após a conversão, os GC estarão atentos para conduzir essas pessoas a um pequeno grupo de irmãos, para desenvolverem relacionamentos de profunda amizade, demonstrando amor e dedicando tempo e atenção a elas.
Princípio do discipulado e da maturidade cristã
A Grande Comissão que Jesus deu a igreja foi fazer discípulos: pessoas que seguindo seus passos tornam-se semelhantes ao seu mestre.
Uma igreja relevante forma discípulos e não apenas convertidos. O processo de discipulado promove o crescimento e a maturidade cristã, tornando discípulos em mestres. Jesus fez discípulos, e seus discípulos fizeram o mesmo depois que amadureceram na fé.
Os líderes de GC são discípulos “maduros” que estão discipulando um pequeno grupo de pessoas para serem semelhantes a Jesus.
Princípio da multiplicação
Na natureza existe um princípio de que tudo que é saudável cresce naturalmente. Assim também uma igreja relevante cresce naturalmente. Membros conectados e integrados são discipulados e amadurecem naturalmente sem queimar etapas. Consequentemente se multiplicam em novos discípulos de Jesus.
O Pastor Abe Huber costuma dizer que “ovelha sadia sempre dá muita cria”. Assim também são os membros de uma igreja sadia.
Formos criados para a multiplicação. Esse princípio é para tudo que possui vida. No entanto, a saúde vai condicionar a aplicação desse princípio.
A Multiplicação segue a uma ordem cronológica: começa com a semeadura, passa pelo cultivo, depois pela frutificação e por fim chega a colheita, quando uma semente se torna em várias outras. Aí recomeça o ciclo.
Funções do GC
São duas as principais funções do GC: alcançar pessoas para Jesus e cuidar bem delas. É uma estratégia inteligente de evangelismo e integração, pois além de anunciar o Evangelho, o GC demonstra o poder e o amor de Deus nos testemunhos dos irmãos. Pessoas amadas e cuidadas permanecem e repartem com outro aquilo que receberam.
O GC promove o conhecimento de Deus e incentiva o relacionamento fiel com ele. Consequentemente, fortalece o relacionamento entre os irmãos, dando a oportunidade para amizades seguras e duradouras.
O GC providencia cuidado pastoral personalizado. Seria impossível ao Pastor Ronaldo cuidar adequadamente de toda a igreja. Os líderes de GC fazer esse trabalho com autoridade delegada pelo Pastor, pois tem melhores condições de cuidar de um pequeno grupo que coopera diretamente com ele.
O GC oferece apoio e cura e ajuda no enfrentamento de situações difíceis. Pois é o pequeno grupo onde os irmãos têm melhores condições de conhecer as necessidades uns dos outros, e se mobilizarem em amor para ajudar.
O GC é o melhor lugar para equipar e treinar os irmãos no exercício dos dons do Espírito (1 Coríntios 12). Nele, os novos líderes são treinados na prática, a responderem aos desafios diários quem são submetidos.
Enfim, o GC promove o crescimento e a multiplicação saudável da igreja.