1. COMEÇO DE CONVERSA:
Estamos encerrando essa série de reflexões. E desde já nossa oração é para que o Senhor continue aplicando em sua vida esses princípios bíblicos que discutimos, para que você ande em vitória em todos os dias. Porém, só pode conquistar vitórias quem passa por lutas. A propósito, o nosso Deus é conhecido como o “Senhor dos Exércitos” (Isaías 1:24; 44:6) e Ele está conosco (Salmos 46:7). Nosso Deus é Deus guerreiro (Êxodo 15:3; Zacarias 14:3), e Ele não perde nenhuma batalha (Isaías 42:13). Ele luta por nós (Deuteronômio 3:22). No entanto, como fazemos parte de Seu exército, temos de tomar as nossas “armas” e lutar (Efésios 6:11; Deuteronômio 2:33; 2 Crônicas 20:17), sabendo que o nosso adversário não para de lançar seus ataques contra nós (Efésios 6:16; 1 Pedro 5:8). Porém, temos no Senhor a nossa força (Efésios 6:10), porque a nossa luta não é contra homens e mulheres, mas contra hostes espirituais da maldade, nas regiões celestiais (Efésios 6:11). Entretanto, mesmo sabendo disso, tem muita gente “prostrada no chão” se sentindo derrotada. A Bíblia fala que “somos mais que vencedores” (Romanos 8:37), como também que terá recompensa para “aquele que vencer” (Apocalipse 21:7). Isso significa que ao mesmo tempo que temos de assumir a nossa “posição”, também precisamos tomar a “atitude” de levantar e lutar para ver a nossa vitória. Esse será o assunto da nossa conversa bíblica de hoje, mas antes vamos cantar uma canção que nos inspira a assumir a nossa posição e atitude em nossas batalhas.
2. LOUVOR (Minhas Guerras – Gabriel Guedes)
Assim que eu luto minhas guerras (4X);
Parece que estou cercado, mas sou guardado por Ti (4X)
Parece que estou cercado, mas sou guardado por Ti, Jesus.
3. TEXTO PARA REFLEXÃO
Quando falamos em batalha espiritual, geralmente o entendimento que se tem é de lutas contra inimigos externos. Mas o Apóstolo Paulo fala de outra guerra que acontece em nosso interior: “Porque a carne luta contra o Espírito, e o Espírito contra a carne; e estes se opõem um ao outro, para que não façais o que quereis” (Gálatas 5:17). A carne representa a natureza pecaminosa do homem, mas o Espírito, que é o Espírito Santo, representa a vontade santa de Deus.
Paulo segue dizendo que a vitória dessa guerra interior depende da atitude do nosso coração e da nossa mente: se você der lugar a carne, andará segundo a sua natureza pecaminosa, mas se você der lugar ao Espírito, andará em santidade (Romanos 8:5).
Perceba que a atitude está condicionada a posição. Se bem que uma pessoa poderá ter uma atitude correta, mesmo sem estar na posição correta. Mas quem está na posição correta precisará ter comportamentos correspondentes a ela. Ou seja, uma pessoa sem Deus até pode falar a verdade, mas uma pessoa que “anda segundo o Espírito de Deus” sempre vai falar a verdade.
Esse é o princípio: a mudança de posição, ou de ocupação, da carne para o Espírito condicionam o resultado dessa guerra.
Então, como entender a razão de algumas pessoas que entregaram as suas vidas a Jesus, ainda viverem prostradas em seus pecados, mesmo buscando ajuda em Deus? A resposta é que ainda não conseguiram andar completamente “no Espírito”. E o que elas precisam fazer para andar na plenitude do Espírito e, assim, andarem em vitória sobre seus pecados?
O Pastor John Bevere responde a essa pergunta em seu livro Kriptonita, ao explicar a relação entre santidade posicional e santidade comportamental. Vejamos.
“Porque Deus nos escolheu nele antes da criação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis em sua presença” (Efésios 1:4).
No dia em que “nascemos de novo” nos tornamos “santos” aos olhos de Deus. A escolha de Deus nos fez santos. E não há nada que podemos fazer para seremos mais santos, mesmo daqui há várias décadas ou na eternidade. Ser santo é o resultado da nossa “posição” em relação a Deus, ao sermos “separados do mundo” para vivermos para Ele. O Pastor John ilustra esse princípio com a tipologia conjugal.
Quando eu conheci Lisa Toscano, e me apaixonei por ela, escolhi ela para ser a minha esposa. No dia em nos casamos, ela se tornou oficialmente minha esposa. Ela ocupou a “posição” de esposa do John. E nada que ela fizer nos próximos cinquenta anos, ou enquanto estivermos vivos, poderá faze-la mais ou menos minha esposa. Porque ser minha esposa foi resultado da minha escolha. Foi eu que escolhi ela para essa “posição” (adaptado pelo autor).
Porém, a manutenção dessa “posição” vai depender do “comportamento” correspondente a ela. Vejamos o que o Apóstolo Pedro diz a esse respeito:
“Como filhos obedientes, não se deixem amoldar pelos maus desejos de outrora, quando viviam na ignorância. Mas, assim como é santo aquele que os chamou, sejam santos vocês também em tudo o que fizerem” (1 Pedro 1:14,15)
Perceba que Pedro não está falando de “posição”. Mas, sim, de “comportamentos” compatíveis com a “posição”. Isso é santidade comportamental.
Ela é parecida com a mudança de comportamento de Lisa depois que ela se tornou a esposa de John. Ela deixou de sair com seus ex-namorados e de fazer outras coisas que agora eram incompatíveis com a sua vida conjugal. Agora, ela demonstrava, em seu comportamento, que era a esposa do John em tudo que fazia.
Assim como na vida matrimonial alguns “comportamentos” podem aumentar ou diminuir a intimidade entre os cônjuges, na vida cristã, isso também é uma realidade. E aqui está a causa do problema de alguns cristãos viverem prostrados em seus pecados, ainda, sem intimidade com Deus. Eles estão tentando viver uma “santidade comportamental” por sua própria capacidade. E o resultado é que acabam falhando repetidamente. E a frustração, derrota, depressão, condenação e culpa acabam tomando conta de seus corações.
A Bíblia nos adverte de que não podemos fazer nada sem a Graça de Deus (João 15:5). A Graça é a capacitação de Deus para fazermos o que não podemos realizar sozinhos. E isso é uma boa notícia! Observe o que as Escritura dizem: “Minha graça é suficiente para você, pois o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza” (2 Coríntios 12:9).
Porém, a liberação da Graça exige a contrapartida da Fé. É preciso crer para receber o poder de Deus para viver uma vida santa. E a Bíblia continua dizendo que a fé é demonstrada por obras, por “esforço”. Veja o que o escritor aos Hebreus diz: “Esforcem-se para […] serem santos; sem santidade ninguém verá o Senhor. Cuidem que ninguém se exclua da graça de Deus” (Hebreus 12:14,15).
Mas esforçar em que sentido? Segundo a Bíblia,“[em] obedecer aos seus mandamentos. E os seus mandamentos não são pesados” (1 João 5:3). E, ainda, Jesus declara que “Vocês serão meus amigos, se fizerem o que eu lhes ordeno” (João 15:14). Ou seja, vocês terão cada vez mais intimidade comigo quanto mais se esforçarem (comportamento) para fazer o que a Bíblia manda. Mas como? Mediante a Graça de Deus!
Portanto, não fique mais prostrado em suas fraquezas. Levante a cabeça, creia que você foi escolhido (a) por Deus para ser santo (a), que Jesus já te libertou de todo o pecado. Agora, receba da Graça de Deus para você andar na plenitude do Espírito, e ser vitorioso sobre todo o pecado.
Quanto mais você viver em santidade, mais intimidade terá com o Senhor, e seus comportamentos e atitudes serão mudados para sempre.
Que o Senhor em tudo te santifique!
Por Emerson Cardoso
4. QUESTÕES PARA REFLEXÃO
- Qual é a guerra interna de que o Apóstolo Paulo descreve em Gálatas 5:17?
- O que significa santidade posicional (Efésios 1:4) e santidade comportamental (1 Pedro 1:14,15)?
- Em que sentido a santidade comportamental afeta o nosso relacionamento com o Deus?
- Como a Graça de Deus se relaciona com a santidade comportamental para que o cristão viva em vitória sobre o pecado?
- O que significa viver na plenitude do Espírito?
Referência: BEVERE, John. Kriptonita: como destruir o que rouba a sua força. 1ª Ed. Rio de Janeiro: Luz às Nações, 2017.