“No entanto, tenho contra você algumas coisas: você tem aí pessoas que se apegam aos ensinos de Balaão, que ensinou Balaque a armar ciladas contra os israelitas, induzindo-os a comer alimentos sacrificados a ídolos e a praticar imoralidade sexual” (Ap. 2:14).
1. COMEÇO DE CONVERSA:
Conversamos na semana passada sobre o cuidado com “as brechas”. Pois o cristão tem em Deus um lugar de proteção contra o inimigo, onde pode permanecer intocável (1 João 5:18), até que ele abra “brechas” pelo lado de dentro desse “muro”.
Sabendo disso, o diabo arma suas ciladas para enganar e abrir espaço de governo na vida dessas pessoas. Foi assim que ele agiu com Eva no Éden e contra Israel em Sitim, através de Balaão (Números 25:1-3).
Hoje vamos continuar essa conversa, a fim de desmascararmos as ciladas diabo em nossas vidas, sendo fortalecidos em Deus e na força do Seu poder (Efésios 6:10,11).
2. LOUVOR (Eu jamais serei – Diante do Trono)
Eu jamais serei o mesmo
A porta fechei, não volto atrás
A minha carreira completarei
E eu jamais serei o mesmo
Como o fogo arde em mim
Rio poderoso inunda-me
Destruindo as trevas, queima todo o mal
E acende a chama que glorifica a Ti
Nas maiores alturas
Eu quero viver Senhor, opera em mim
A glória de Deus enche o meu ser
E eu jamais serei o mesmo
3. TEXTO PARA REFLEXÃO
Balaão é uma figura mística na Bíblia. Uma espécie de feiticeiro muito respeitado em seus dias. Sua especialidade era abençoar e amaldiçoar. E ai de quem ele amaldiçoasse!
Para isso o rei Balaque o contratou, pensando que sua maldição enfraqueceria o povo de Israel. No entanto, em todas as suas tentativas, Balaão não conseguir amaldiçoar Israel.
Saíram de sua boca palavras como:
“Como posso amaldiçoar a quem Deus não amaldiçoou? Como posso pronunciar ameaças a quem o Senhor não quis ameaçar?” (Números 23:8).
“Eis que recebi mandado de abençoar; pois ele tem abençoado, e eu não o posso revogar” (Números 23:20).
“Não há magia que possa contra Jacó, nem encantamento contra Israel. Agora se dirá de Jacó e de Israel: Vejam o que Deus tem feito!” (Números 23:23)
O que Balão estava dizendo é que Israel era protegido por Deus, o Ser mais poderoso e temido do universo! Nem ele, e inimigo nenhum, poderiam mudar esse decreto.
Israel estava debaixo da aliança e de promessas de Deus. Israel era intocável.
Mas Balaão amou o prêmio da injustiça (2 Pedro 2:15). Mesmo ciente da vontade de Deus (Números 22:12) e de que não poderia mudar o Seu decreto, ele insiste em consultar a Deus, quem sabe, para ver se Deus mudava de ideia.
Depois da insistência do rei, e com ofertas ainda mais generosas (Números 22:16-17), Balaão, que não queria perder o prêmio, teve uma ideia e deu um conselho ao rei: “esse povo é protegido por causa da obediência e zelo deles com as leis de Deus; faça eles quebrarem a aliança e se tornarem inimigos de Deus, e eles perderão a Sua proteção. Assim, ninguém vai defendê-los”.
Então, foi isso que aconteceu na narrativa de Números 25. Balaão ensinou Balaque a armar ciladas contra os israelitas, induzindo-os a comer alimentos sacrificados a ídolos e a praticar imoralidade sexual (Apocalipse 2:14).
O plano era seduzir alguns homens com mulheres moabitas. A prostituição física deu a elas o direito de exigir a prostituição espiritual, induzindo aqueles homens a cultuarem o ídolo Baal-Peor. O resultado, a desobediência daqueles homens acendeu a ira de Deus, que enviou uma praga mortal sobre todo o acampamento, enfraquecendo toda a nação.
Por isso, tenha cuidado! O diabo não se apresenta como diabo. A estratégia dele é o engano. A tentação é a sua arma. “[…] o próprio Satanás se transfigura em anjo de luz” (2 Coríntios 11:14). Ele costuma ser muito sutil em suas estratégias.
Assim, quem cede a tentação está dizendo sim para as ciladas do diabo, e abrindo um lugar de governo para ele em sua vida.
Veja que tudo o que foi escrito na Bíblia, foi escrito para o nosso ensino (Romanos 15:4). Apesar de Balaão não fazer parte do povo de Deus, ele conhecia o Senhor, e até ouviu a Sua voz, mas ainda assim, “amou o prêmio da injustiça”. A recompensa de Balaque era muito alta!
Deus havia dito para Balaão: “Não vá com eles” (Números 22:12). Mas veja a resposta dele aos oficiais do rei: “Voltem para a sua terra, pois o Senhor não permitiu que eu os acompanhe” (Números 22:13).
Repare no grifo acima. Essa é a força do pecado. Não é a Lei de Deus, a Torá ou a Bíblia toda! O Apóstolo Paulo fala sobre ela em Romanos 7:4-25 e em 1 Coríntios 15:56. Algo difícil de entender. Mas a declaração de Balaão nos ajuda a compreender o argumento de Paulo, de forma prática.
Aquele que diz “não posso fazer isso ou aquilo porque Deus não permite” ou “eu gostaria de …, mas a Palavra de Deus fala o contrário”, é alguém que se sente literalmente preso pela Palavra de Deus, ao invés de ter prazer e alegria nela (Salmos 40:8).
Pessoas que dizem: “eu tenho de ir ao culto”, “eu tenho de evangelizar”, “eu tenho de ler a Bíblia”, “eu tenho de amar o meu próximo” etc., podem estar vivendo em uma espécie de “cativeiro religioso”. Não obedecem a Deus porque desejam, mas por obrigação. Por isso, essa lei é a força do pecado. Ela opera no campo dos desejos e dos prazeres das pessoas. Não é a Lei de Deus, que é santa, justa e boa (Romanos 7:12).
O diabo sabe disso, e lança as suas estratégias, como fez no acampamento dos israelitas em Sitim. Aqueles homens que cederam às ciladas tipificam as pessoas que conhecem a Lei de Deus, mas não tem prazer nela. Como “ninguém estava vendo”, satisfizeram-se com aquilo que tinham vontade. Isso foi fatal para eles, e pode ser para você também.
Contudo, Deus nos chamou para a liberdade. A Sua vontade não é que obedeçamos à Sua Palavra, não! A Sua vontade é que tenhamos prazer e alegria em obedecer à Sua palavra. Isso faz toda a diferença contra o pecado.
Deus deseja muito, mais muito mesmo, que você tenha um relacionamento íntimo com Ele. E você pode desfrutar disso todos os dias, até que nada mais importe a você. Fazendo isso, você estará imune às estratégias do diabo e ao pecado que de perto te rodeia.
Que a Graça do Senhor seja abundante sobre a sua vida!
por Emerson Cardoso
4. QUESTÕES PARA REFLEXÃO
- Por que Balaão não podia amaldiçoar Israel?
- Qual foi a estratégia de Balaão? Por que os moabitas tiveram êxito sobre os israelitas em Sitim?
- O povo de Israel, assim como muitos cristãos, fracassou muitas vezes em obedecer a Lei de Deus. Qual a principal razão desse fracasso?
- De acordo com o texto, qual é a força do pecado?
- Como uma pessoa pode vencer a força do pecado sobre a sua vida?
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
BEVERE, John. Kriptonita: como destruir o que rouba a sua força. 1ª Ed. Rio de Janeiro: Luz às Nações, 2017.