ENTREGANDO-SE A DEUS

“Pois dou testemunho de que eles deram tudo quanto podiam, e até além do que podiam. Por iniciativa própria eles nos suplicaram insistentemente o privilégio de participar da assistência aos santos. E não somente fizeram o que esperávamos, mas entregaram-se primeiramente a si mesmos ao Senhor e, depois, a nós, pela vontade de Deus” (2 Coríntios 8:3-5)

1. QUEBRA-GELO:

Você já viveu alguma experiência onde teve de perder para ganhar? Compartilhe conosco.

2. LOUVOR (Rude Cruz /A Mensagem da Cruz) / Fernandinho)

Rude cruz se erigiu
Dela o dia fugiu
Como emblema de vergonha e dor
Mas contemplo esta cruz
Porque nela Jesus
Deu a vida por mim, pecador
 
Sim, eu amo a mensagem da cruz
Até morrer eu a vou proclamar
Levarei eu também minha cruz
Até por uma coroa trocar
 
Nesta cruz padeceu
E por mim já morreu
Meu Jesus, para dar-me o perdão
E eu me alegro na cruz
Dela vem graça e luz
Para minha santificação
 
Eu aqui com Jesus
A vergonha da cruz
Quero sempre levar e sofrer
Cristo vem me buscar
E com Ele, no lar
Uma parte da glória hei de ter

3. TEXTO PARA REFLEXÃO

Em continuidade à nossa reflexão sobre o Primeiro Mandamento, vamos meditar hoje sobre mais um princípio espiritual fundamental para aqueles que desejam amar ao Senhor “de todo o seu coração, de toda a sua alma, de todo o seu entendimento e de todas as suas forças” (Marcos 12:30).

Nossos pastores costumam dizer que o Senhor recebe primeiramente o ofertante e depois a sua oferta. E os nossos irmãos macedônicos do primeiro século demonstraram bem esse princípio, quando o Apóstolo Paulo afirma que eles “entregaram-se primeiramente a si mesmos ao Senhor”. Esse fato nos revela o motivo de tão grande generosidade: antes de doarem de seus recursos aos outros irmãos, eles doaram primeiramente a si mesmos ao Senhor.

A Bíblia apresenta uma profunda relação entre o amor e a entrega de vida. Esse é o nosso assunto de hoje: a entrega de vida como resposta de amor ao Senhor.

Entrega de vida

Quando meu sogro exercia a profissão de comerciante na Samambaia, ele me ensinou que em algumas circunstâncias no comércio é “necessário perder para ganhar”. Depois, entendi que ele estava apenas praticando um princípio bíblico, como demonstrado na vida Jesus (Romanos 5:8; Apocalipse 5:9) e em Seu discipulado, quando Ele disse:

“[…] Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me. Pois quem quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; e quem perder a sua vida por amor de mim e do Evangelho, salvá-la-á” (Marcos 8:34,35).

Jesus deu o maior exemplo de entrega de vida, quando ele foi à cruz para dar a Sua vida pelo resgate da nossa! O amor de Jesus o levou a morrer por nós. E o Senhor espera que possamos corresponder à altura de seu investimento em nossas vidas:

“Pois o amor de Cristo nos constrange, julgando nós isto: um morreu por todos; logo, todos morreram. E ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou” (2 Coríntios 5.14,15).

Esse princípio não se trata apenas do que Jesus fez por nós, mas também do que devemos fazer por ele e pelos irmãos: “Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu a sua vida por nós; e devemos dar nossa vida pelos irmãos” (1 João 3:16).

Enquanto não nos dispomos a doar nossas vidas para e pelo Senhor ainda não o amamos como devemos. Somos chamados a demonstrar nosso amor ao Senhor mediante a decisão de morte e rendição completa.

Morrer por amor

Jesus deixou bem claro que para ser seu discípulo é necessário tomar a cruz. Tomar a cruz fala de morte. Nos dias de Jesus o Império Romano executava os criminosos através da crucificação. E quando a hora da morte chegava, faziam com que o condenado carregasse sua própria cruz em público, até o local onde morreria. Era uma forma de todos saberem que ele estava indo ser crucificado. Isto aconteceu com Jesus, que também teve que carregar sua cruz, embora tenha sido ajudado durante o percurso (Mateus 27:32).

Portanto, ao dizer aos seus discípulos que tomassem a cruz, Cristo estava nos mostrando que temos que tomar uma decisão (pública) de nos anular e morrer para nós mesmos.

O Mestre deixou claro que, para poder segui-lo e ser seu discípulo, cada um teria que negar-se a si mesmo e morrer. Não se tratava de uma probabilidade, e sim de algo certo.

“Como está escrito: Por amor de ti, somos entregues à morte o dia todo, fomos considerados como ovelhas para o matadouro” (Romanos 8:36).

Tome a sua cruz!

Quando Jesus estabeleceu esse princípio de entrega de vida, ele demonstrou o seu sentido mais profundo ao tomar a sua cruz. Apesar dessa decisão de Jesus ter sentido simbólica para nós, muitos cristãos acabaram atribuindo um sentido errado, pensando que carregar a cruz era ter algum tipo de sofrimento imposto por Deus. Tomar a sua cruz é decidir morrer para si mesmo.

As lutas, as doenças, algumas pessoas, não são a sua cruz. A cruz é um instrumento para levar o cristão a morrer para si mesmo, para assim poder viver para Deus e não mais para o pecado. Quem está morto para o pecado, não pode viver pecando! Por isso, todos temos que tomar a cruz. E faremos isto voluntariamente ou não.

Jesus disse que quem quiser ser seu discípulo tem que tomar a cruz. Não é uma opção. É uma condição que Ele estabeleceu para quem desejasse segui-Lo. Mas se a cruz fala de morte, então o que Jesus quis dizer em Marcos 8:35, quando ele se refere a perder e ganhar a vida?

Salvar ou perder a vida

O Apóstolo Pedro tentou salvar a sua vida ao negar a Jesus no Getsêmani, recusando-se a tomar a sua cruz no início. Depois, ele a perdeu pendurado em uma cruz de cabeça para baixo. Os demais discípulos que abandonaram o Mestre no Getsêmani, numa demonstração de recusa em tomar a sua cruz, tiveram também mortes violentas e cruéis, conforme nos conta a História. Assim, “quem quiser salvar a sua vida, perdê-la-á”.

Mas o Apóstolo João teve uma atitude diferente. Ele chegou a fugir dos soldados quando prenderam a Jesus no Getsêmani, mas logo retornou e esteve o tempo todo com o Senhor. João entrou com Jesus na sala do Sumo Sacerdote (João 18:15-17). João acompanhou o Senhor até o Gólgota e permaneceu ao pé da cruz de até Jesus morrer (João 19:25-17). João sabia dos riscos que corria ali, mas resolveu tomar a sua própria cruz e morrer para si mesmo desde o início. A atitude de João demonstra que “quem perder a sua vida por amor de mim e do Evangelho, salvá-la-á”.

A História nos conta que João teve morte natural e em paz, com ditosa velhice, depois que se cumpriu as palavras de Jesus a cerca dele, quando disse que ele não morreria até que visse o Reino de Deus chegando com poder (Marcos 9:1). Isso aconteceu em suas visões do Apocalipse.

O que aconteceu com João e com os demais discípulos foi resultado de suas decisões em tomar a sua cruz espontaneamente ou não, em resposta de amor ao Senhor desde o início. Por isso, pare de lutar e entregue a sua vida a Jesus, completamente. Ele não recebe menos do isso. Afinal, Ele deu a vida dele por você, derramando até a última gota de sangue pendurado naquela cruz para que você pudesse viver abundantemente.

Jesus não quer te privar de viver, tanto que quem se dispõe a entregar a sua vida a Ele acaba salvando-a!

Tome a sua cruz! Que o Senhor te ajude a entender a dimensão de amor que ele espera de você.

Por Emerson Cardoso

Inspirado em “De todo coração: vivendo a plenitude do amor ao Senhor” (Luciano Subirá).

4. QUESTÕES PARA REFLEXÃO
  1. Como o seu amor por Deus pode ser demonstrado com a sua entrega de vida a Ele?
  2. O que Jesus quis dizer com negar a si mesmo?
  3. O que significa para você tomar a sua cruz?
  4. Em que sentido um cristão pode perder a sua vida tentando salvá-la ou ganhar a vida ao perde-la?

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