Um sentimento como o dEle

Introdução

Conforme já estudamos nas duas semanas anteriores, ser semelhante a Jesus é possuir um coração como o dEle – puro, manso e humilde, agradável, espiritual. Vimos também que ser semelhante a Jesus é ter a “mente de Cristo” (1 Coríntios 2:16); pensar como Ele pensa a fim selecionar o que pode ser “plantado” em nosso coração.

Hoje, estudaremos sobre outra forma de demonstrar como podemos ser semelhantes a Jesus – em nossos sentimentos, frutos dos pensamentos plantados em nosso coração.

O texto bíblico referencial será Filipenses 5:1-5 e João 13:1-17.

1. Jesus nos deu o exemplo

Jesus demonstrava em seus relacionamentos com as pessoas as atitudes de seu coração, como a sua vida era governada. Ele havia decidido amar a seus discípulos e os amou até o fim (João 13:1). Apesar do amor não ser um sentimento, ele produz diversos sentimentos (1 Coríntios 13:4-7). Contudo, queremos tomar um exemplo de Jesus, um sentimento de Jesus que demonstra como Ele ama seus discípulos. – o perdão.

Este exemplo está descrito em João 13:1-17, com uma toalha e uma bacia.

2. Com uma toalha e uma bacia

Estava sendo servido o jantar (ceia) da Páscoa na noite anterior à Sua morte, então Jesus mostrou nessa ocasião a extensão de Seu amor.

Era costume nos dias de Jesus que os servos mais inferiores lavassem os pés empoeirados das pessoas, antes da refeição ser servida. Então, Jesus, que é o Senhor, aquele que formou o céu, os planetas, os seres vivos, o universo material e espiritual, o Rei Absoluto. Sim, Ele mesmo, toma uma bacia, um jarro de água e uma toalha, se ajoelha e passa a lavar os pés sujos de seus discípulos. Horas antes de sua própria morte, Jesus tem uma única preocupação. Ele quer que seus discípulos saibam o quanto Ele os ama. Mais do que removendo a sujeira, Jesus está removendo a dúvida.

Naquele momento, Jesus sabia que no dia seguinte esses pés que ele lavou estariam o abandonando, exceto João, que esteve em Sua crucificação. Pedro iria negá-lo, Judas o trairia, Tomé iria duvidar de Sua ressurreição. No entanto, Jesus lavou-os na bacia silenciosamente. Ele queria que nos dias seguintes, e nas gerações vindouras, os discípulos olhassem para os pés e lembrassem de Seus joelhos dobrando-se diante deles e como lhes lavou os pés. Ele deseja que os seus discípulos compreendam que aqueles pés ainda estão limpos. “O que eu faço não o sabes tu agora, mas tu o saberás depois” (João 13:7).

Jesus perdoou-lhes os pecados, antes mesmo que o cometessem. Ele ofereceu misericórdia antes que eles a buscassem.

3. A bacia de sua graça

Oh, eu nunca seria capaz de fazer isso”, você pode dizer. “É uma ferida muito profunda. Basta ver a pessoa e já encolho de medo”. Talvez este seja o seu problema. Talvez esteja enxergando a pessoa errada, ou ao menos enxergando demais a pessoa errada. Lembre-se, o segredo para sermos como Jesus é “fixar nosso olhar” nEle (Hebreus 12:1-2). Procure tirar o seu olhar da pessoa que o feriu e coloca-lo naquEle que o salvou.

O que Jesus fez por seus discípulos naquela noite, Ele fez por todos aqueles que o receberem como Salvador e Senhor. Ele nos limpou de nossos pecados. Ofereceu o seu perdão antes mesmo de nascermos, a Sua misericórdia antes mesmo de clamarmos. Estamos sendo limpos continuamente (leia 1 João 1:7). O nosso Salvador ainda se ajoelha e olha para os atos mais sujos de nossas vidas. Mas ao invés de recuar com horror, Ele nos alcança em bondade dizendo: “posso limpar isto, se você quiser”. E mergulhando as mãos na bacia de sua graça, Ele as levanta cheias de misericórdia e nos limpa de nossos pecados.

Jesus vive em nós (Gálatas 2:20). Logo, somos capazes de fazer o mesmo. Porque Ele nos perdoou, somos capazes de perdoar os outros. Podemos ter “o mesmo sentimento que houve em Jesus” (Filipenses 2:5). Devemos e podemos ser semelhantes a Jesus!

Jesus oferece a sua graça incondicionalmente; nós também devemos e podemos oferecer esta graça incondicional. A misericórdia de Cristo precedeu os nossos erros; a nossa misericórdia deve preceder os erros das outras pessoas. Aqueles que estavam à volta de Cristo não tinham nenhuma dúvida a respeito de seu amor; as pessoas que estão à nossa volta também não deveriam ter nenhuma dúvida quanto ao nosso.

O que significa ter o mesmo sentimento que houve em Jesus? Significa ajoelhar-se como Jesus se ajoelhou (sentir-se e agir como um servo), tocar as partes sujas das pessoas que estão à nossa volta, lavando e retirando a maldade delas com bondade (leia Efésios 4:34).

Conclusão

O exemplo de Jesus nos mostrou que o que era digno de ser servido serviu a outros. O fardo da construção da ponte nos relacionamento recai sobre o forte, não sobre o fraco. O único inocente foi o único a tomar a iniciativa. Pense como Jesus da próxima fez que alguém te ofender e aja como Jesus para curar a ferida. Pois, na maioria das vezes, se a pessoa com a razão se dispõe a lavar os pés da pessoa que errada, ambos ao final se ajoelharão.

Jesus conquistou multidões com Seu amor em várias gerações. Ele nos ensina que relacionamentos são bem-sucedidos não pela punição dos culpados, mas pela misericórdia dos inocentes.

“Tende em vós aquele sentimento que houve também em Cristo Jesus” (Filipenses 2:5).

Max Lucado (Adaptado por Emerson Cardoso)

Referência Bibliográfica:

LUCADO, Max. Simplesmente como Jesus. In.: LUCADO, Max. Amando as pessoas ligadas a você. Tradução Carla Ribas de Souza e Degmar Ribas Júnior. Rio de Janeiro: Thomas Nelson Brasil; CPAD, 2013. Pág. 25-34

Para refletir:

  1.  Como você descreve seu sentimento e suas atitudes diante das atividades domésticas? Como Jesus espera que sigamos seu exemplo?
  2. Por que Jesus lavou os pés de seus discípulos?
  3. Em sua opinião, que sentimento emergia de seu coração naquele momento? Como você entende a atitude de Jesus ao lavar os pés dos discípulos?
  4. O que significa considerar alguém “superior a si mesmo” (Filipenses 2:3)?
  5. Qual a diferença entre ser humilde e ser “capacho”?

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