O que a ressurreição revela?

“se Cristo não ressuscitou, inútil é a fé que vocês têm, e ainda estão em seus pecados. Neste caso, também os que dormiram em Cristo estão perdidos. Se é somente para esta vida que temos esperança em Cristo, dentre todos os homens somos os mais dignos de compaixão. Mas de fato Cristo ressuscitou dentre os mortos, sendo as primícias dentre aqueles que dormiram. Visto que a morte veio por meio de um só homem, também a ressurreição dos mortos veio por meio de um só homem. Pois da mesma forma como em Adão todos morrem, em Cristo todos serão vivificados” (1 Coríntios 15:17-22 NVI)

Vimos na reunião passada que Deus havia estabelecido o Seus Reino na terra com um poder diferente – o Poder do Ágape.

O amor de Deus o levou à cruz, ao tomar o lugar do homem pecador. Jesus crucificado era a boa notícia em pessoa. Toda essa cena mostra a estranha vitória do novo Rei sobre os poderes do mal.

Contudo, não seria uma boa notícia se tudo tivesse terminado na cruz. Seria apenas a notícia de um messias fracassado. O motivo pelo qual a morte de Jesus foi considerada uma boa notícia foi o que aconteceu depois.

“[…] Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras” (1 Coríntios 15:3,4).

Se Cristo não tivesse ressuscitado, o evangelho seria no máximo um bom conselho (“foi assim que Jesus nos ensinou a conduzir a vida”). Alguns poderiam até duvidar se esse conselho era bom mesmo: “veja o que aconteceu ao próprio Jesus”! Até seus discípulos pensavam que a crucificação de Jesus tinha acabado com a esperança deles (Lucas 24:21). Mas um acontecimento inédito mudou tudo: Jesus ressuscitou!

A palavra ressurreição sempre teve a ver com corpos físicos. Ela sempre se referiu a uma nova vida corporal após um período no qual alguém esteve corporalmente morto. E as únicas pessoas do mundo antigo que acreditavam que Deus os levantaria dos mortos eram os judeus, ou seja, eles acreditavam que Deus os traria de volta a algum tipo de vida corporal como parte de Sua promessa de renovar toda a Criação. Algo que aconteceria a todas as pessoas no fim dos tempos (João 11:24; 6:39,40,54). Mas nem todos os judeus partilhavam dessa ideia.

Aqueles que acreditavam na ressurreição não imaginavam que ela poderia acontecer a uma pessoa no meio da história. Se bem que eles conheciam a história do filho da sunamita (2 Reis 4:32-35). Eles também tinham visto Jesus ressuscitar o filho da viúva da cidade e Naim (Lucas 7:11-15), a filha de Jairo (Marcos 5:41,42) e a Lázaro (João 11:43,44).

Esses foram casos isolados e essas pessoas morreram novamente. Mas a ressurreição que Jesus se referia era algo que seria para sempre (João 6:39,40,54).

A ressurreição estava relacionada a duas outras crenças do povo judeu: que Deus era o Criador de todas as coisas, repletas de beleza e poder, e que Deus pretendia resolver a confusão em que o mundo havia caído. Deus destruiria tudo o que corrompia e desfigurava a Sua criação, a fim de renová-la e torná-la ainda mais gloriosamente o que deveria ser.

Mas o que fez os primeiros cristão acreditarem e a declararem que Jesus havia ressuscitado dos mortos? A resposta é resumida no evangelho abreviado por Paulo:

“Pois o que primeiramente lhes transmiti foi o que recebi: que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras, e apareceu a Pedro e depois aos Doze. Depois disso apareceu a mais de quinhentos irmãos de uma só vez, a maioria dos quais ainda vive, embora alguns já tenham adormecido. Depois apareceu a Tiago e, então, a todos os apóstolos; depois destes apareceu também a mim, como a um que nasceu fora de tempo” (1 Coríntios 15:3-8).

Nos quatro evangelhos temos mais riqueza de detalhes da história da ressurreição de Jesus, mas a essência desses registros converge para dois fatos: o túmulo está vazio e Jesus apareceu aos Seus seguidores e falou e comeu com eles.

Jesus estava corporalmente vivo novamente, mas não como aquelas pessoas que ele levantou dos mortos, afirmavam seus discípulos. Jesus havia ressuscitado com um tipo de corpo que parecia ter propriedades diferentes. Ele podia ser tocado, podia falar e comer, mas podia aparecer e desaparecer através de portas fechadas, e finalmente, subir ao céu! Isso levou eles a crerem que a ressurreição de Jesus era sem precedentes. Jesus era o “primogênito dos mortos” (Colossenses 1:18; Apocalipse 1:5).

A ressurreição de Jesus levou seus seguidores a entenderes que não se tratava apenas de uma vida após a morte, de voltar a ser como era antes de morrer. Não. Eles acreditavam que fosse algo a mais. Uma espécie de existência nunca antes conhecida.

A ressurreição era vida depois da vida após a morte, uma nova vida corporal depois do breve período de vida após a morte.

A ressurreição de Jesus não significa simplesmente ir para o céu. A ascensão de Jesus descrita por Lucas, significa algo muito diferente do que as pessoas querem dizer quando falam que alguém morreu e foi para o céu. A ascensão de Jesus significa, como diz Mateus, toda a autoridade no céu e na terra foi dada a Jesus. O céu ao qual Jesus ascende é a “sala de controle”, o lugar de onde tudo é governado – céu e terra.

Por isso, a ressurreição de Jesus conforta os que enfrentam a morte, seja a sua própria ou a de um ente querido, porque ela é o começo de um novo mundo de Deus.

Essa é a boa notícia: “Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras”. Assim, o único e verdadeiro Deus assumiu o controle do mundo. As antigas esperanças foram, de fato, cumpridas, mas de uma maneira que ninguém imaginava. O plano de Deus para endireitar o mundo foi, finalmente, posto em prática. Ele dominou o mundo de uma nova maneira, para resolver tudo e preenche-lo com Sua glória e justiça, como sempre prometeu. A antiga doença que havia mutilado o mundo todo, e os seres humanos com ele, foi finalmente curada, para que uma nova vida possa surgir em seu lugar. A vida ganhou vida e está se derramando no mundo como um poderoso rio, na forma de um novo poder, o Poder do Ágape.

A boa notícia foi, e é, que tudo isso aconteceu em Jesus e por meio de Jesus; que, algum dia, isso acontecerá, de forma completa e total, a toda a Criação (Romanos 8:19-23; Apocalipse 21:1-6); e que nós, seres humanos, cada um de nós, quem quer que seja, poderá ser alcançado por essa transformação aqui e agora. Esse é o evangelho cristão. Não permita ser enganado com algo menos do que isso.

Por Emerson Cardoso

Referência Bibliográfica:

WHIGHT, N. T. Simplesmente Boas Novas: Por que o Evangelho é uma notícia e o que a torna boa. Tradução Idiomas e Cia/Cláudio Chagas. Brasília: Chara Editora, 2016.

Questões para Reflexão

  1. O que você acredita que acontece com uma pessoa depois que ela morre? E depois desse período após a morte?
  2. Como você encara a realidade de que a morte chegará para você um dia? Com medo, inseguro, tranquilo? O que é mais difícil de compreender nessa realidade?
  3. Como a ressurreição de Cristo e a sua vitória sobre a morte trazem esperança, coragem e propósito para sua vida?
  4. Paulo coloca a ressurreição em perspectiva com a segunda vinda de Cristo e o fim dos tempos. Como você recebe esta notícia?
  5. Como você entende a diferença da ressurreição de Jesus e da ressurreição de Lázaro (João 11:43,44)?
  6. Quais são os dois fatos centrais que atestam ser o Evangelho uma boa notícia? (veja 1 Coríntios 15:2-4).
  7. O que a frase “Cristo morreu pelos nossos pecados” significa para você?
  8. Que evidências você pode oferecer para mostrar que Cristo ressuscitou e está vivo na sua vida?
  9. O que Paulo diz em 1 Coríntios 15:13-19 que seria verdade se não houvesse ressurreição dos mortos?

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