O Poder do Ágape

“embora sendo Deus, não considerou que o ser igual a Deus era algo a que devia apegar-se; mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo, tornando-se semelhante aos homens. E, sendo encontrado em forma humana, humilhou-se a si mesmo e foi obediente até à morte, e morte de cruz! Por isso Deus o exaltou à mais alta posição e lhe deu o nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, no céu, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai” (Filipenses 2:6-11 NVI)

Na reunião passada vimos que o Evangelho de Jesus era a Boa Notícia de que Deus estava se tornando Rei com um poder diferente do humano. Não o poder da força bruta, mas com o Poder do Ágape, como os primeiros cristãos assim o chamavam. Um poder que está além daquilo que chamamos de amor nos dias de hoje.

O confronto entre Jesus e os poderes do mundo, isto é, entre o Reino de Deus e os reinos dos seres humanos, nunca se tratou de Deus possuir um pouco mais de poder para vencê-lo no campo de batalha terreno. Não se trata de Deus ter armas e munição mais potentes que os homens. Era isso que as pessoas esperavam no tempo de Jesus.

Esse pensamento ainda parece estar presente nas pessoas de hoje em dia. Muita gente questiona porque Deus não faz nada para impedir tanta violência contra inocentes? Por que Ele não faz nada impedir as brutalidades do Estado Islâmico?  Isso demonstra que o Evangelho de Jesus ainda hoje é frequentemente incompreendido.

É por isso que muita gente acaba transformando o Evangelho em algo do tipo “eu e meu relacionamento com Deus” ou de “ir para o céu”. Algo mais parecido com um conselho do que com uma notícia.

Contudo, nosso relacionamento com Deus é extremamente importante. E o Evangelho nos dá a certeza de que Deus realmente cuidará dos seus após a morte terrena (João 14:3,18,19,28; 16:16) até a Sua nova Criação final (Romanos 8:19-23; 1 Coríntios 15:24-28,51-57; Apocalipse 21, 22).

A Boa Notícia de Jesus diz respeito a Deus vencer todos os poderes do mundo para estabelecer o Seu governo de justiça e paz (Isaías 9:6,7; 32:17; 60:17; Jeremias 23:5; Salmos 85:10; Romanos 14:17), assim na terra como no céu. E não apenas no céu, mais tarde. A vitória é conquistada não por um poder superior do mesmo tipo, mas por um tipo totalmente diferente de poder – o Poder do Ágape.

O poder do mundo costuma agir com violência, usando a ameaça de dor e morte. Mas o poder de Jesus produz esperança, vida, justiça e paz, pois funciona com brandura, bondade, misericórdia, perdão e amor.

Isso não é uma teoria. Aconteceu de verdade. Para cumprir as Escrituras e a justiça de Deus, Jesus se entregou à morte, sabendo que essa seria a boa notícia definitiva para a humanidade. Jesus crucificado era a boa notícia em pessoa. Toda essa cena mostra a estranha vitória do novo Rei sobre os poderes do mal. Esse é o momento da vitória messiânica, quando Satanás acumula falsas acusações e julgamentos injustos contra o Filho do Homem, achando que iria destruir os planos e de Deus. Mas Jesus era inocente, puro e perfeito.

Naquele momento na cruz, Jesus toma sobre si a condenação de morte por causa dos pecados da humanidade, como o Apóstolo Paulo escreve:

“Porque, aquilo que a lei fora incapaz de fazer por estar enfraquecida pela carne, Deus o fez, enviando seu próprio Filho, à semelhança do homem pecador, como oferta pelo pecado. E assim condenou o pecado na carne, a fim de que as justas exigências da lei fossem plenamente satisfeitas em nós, que não vivemos segundo a carne, mas segundo o Espírito” (Romanos 8:3,4).

É por isso que ele pode dizer: “Portanto, agora já não há condenação para os que estão em Cristo Jesus” (Romanos 8:1). O pecado foi condenado na carne. A sentença foi executada de uma vez por todas. O inimigo foi vencido. O poder do mal foi vencido. Aquilo que nos mantinha presos a ele, isto é, o pecado, foi vencido. Foi vencido por um poder diferente do humano. Foi vencido com a Morte e Ressurreição de Jesus segundo as Escrituras (1 Coríntios 15:3,4).

O que estava detendo a vinda o Reino de Deus à terra era o poder das trevas, a força do próprio mal, que agora foi derrotado.

No entanto, sabemos que a terra não foi transformada em um paraíso em um piscar de olhos. Ainda sofremos com o poder do mal, que continua atuante no mundo onde o Reino de Deus ainda não foi estabelecido. Porém, isso é uma questão de tempo, até que Deus conclua a obra iniciada naquela cruz “[…] depois de ter destruído todo domínio, autoridade e poder” (1 Coríntios 15:24).

“Pois é necessário que ele reine até que todos os seus inimigos sejam postos debaixo de seus pés” (1 Coríntios 15:25)

Então, depois disso, Deus será tudo em todos (1 Coríntios 15:28), quando toda a terra se encher do conhecimento de Deus, como as águas cobrem o mar (Isaías 11:9; Habacuque 2:14). Quando Céus e Terra forem criados de novo (Apocalipse 21:1).

Por Emerson Cardoso

Referência Bibliográfica:

WHIGHT, N. T. Simplesmente Boas Novas: Por que o Evangelho é uma notícia e o que a torna boa. Tradução Idiomas e Cia/Cláudio Chagas. Brasília: Chara Editora, 2016.

Questões para reflexão

  1. Você já tentou vencer uma disputa com a “força bruta” ou na base da “argumentação superior”? Como foi o resultado?
  2. Jesus exerceu o “Poder do Ágape” para vencer o poder das trevas e estabelecer o seu Reino. Como você entende que esse poder atua em você hoje?
  3. O Apóstolo Paulo declara que: “embora vivamos como homens, não lutamos segundo os padrões humanos. As armas com as quais lutamos não são humanas; pelo contrário, são poderosas em Deus para destruir fortalezas” (2 Coríntios 10:3,4). O que ele quis dizer com isso?
  4. Como você reage diante dos ataques do inimigo contra você, quando chega o tempo de dor e sofrimento?

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