Introdução
Texto referencial – Hebreus 10:24,25 (NVI)
“E consideremo-nos uns aos outros para incentivar-nos ao amor e às boas obras. Não deixemos de reunir-nos como igreja, segundo o costume de alguns, mas encorajemo-nos uns aos outros, ainda mais quando vocês vêem que se aproxima o Dia” (Hebreus 10:24,25 NVI).
“No amor não há medo; pelo contrário o perfeito amor expulsa o medo, porque o medo supõe castigo. Aquele que tem medo não está aperfeiçoado no amor” (1 João 4:18 NVI).
Estudamos neste mês sobre a importância de congregar. Vimos que na congregação dos santos temos proteção e cuidado, e como é arriscado estar fora dela. Na semana seguinte, refletimos sobre o princípio da comunhão, sobre como o Senhor trabalha na congregação dos santos para fazer dela uma unidade. Vamos encerrar essa série observando como podemos aprender a construir relacionamentos saudáveis na congregação dos santos.
Observamos que tanto na igreja como fora dela, as pessoas podem desenvolver relacionamentos conectados ou desconectados. Pessoas podem viver juntas, mas “separadas”. Ou podem viver juntas e “misturadas”. Neste, os relacionamentos tendem a ser aperfeiçoados, enquanto que no primeiro, os relacionamentos tendem a acabar.
Relacionamentos acabam por falta de amor. Mas será que as pessoas simplesmente deixam de se amar?
A resposta, infelizmente, é sim. Contudo, essa geralmente não é uma decisão consciente. Frequentemente ela é uma reação à dor ou ao medo da dor.
Veremos que na congregação dos santos podemos ser aperfeiçoados em amor, e vencer o medo.
1. O medo
Costumamos encarar nossos medos por meio de um sentimento que denominamos de “coragem”. Contudo, a coragem não acaba com o medo. Agimos com coragem apesar do medo. No entanto, o que pode vencer o medo? A resposta está em 1 João 4:18.
Geralmente, o medo desenvolve três reações clássicas nos seres humanos: lutar, fugir ou paralisar. Qual a sua reação diante de uma cascavel? Pessoas que lidam com esses animais usam instrumentos de controle e violência.
Ninguém está procurando criar um relacionamento amoroso, duradouro e íntimo com uma cascavel. Este é um instinto humano básico: quando a ameaça de danos é alta, o nível de amor é baixo.
2. A batalha entre o medo e o amor
Nossos relacionamentos com pessoas são muito mais complicados que com as cascavéis. Pessoas podem nos oferecer tanto conforto e proteção contra a dor quanto a ameaça de dor (Ex.: a mãe que troca fraldas também foi aquela que bateu no bumbum da criança).
Existe em nosso subconsciente uma batalha entre o medo e o amor. Mas a questão que está em disputa é como você vai reagir à dor que sente nos relacionamentos. Se cair novamente nas reações clássicas movidas pelo medo, começará a tratar as pessoas como cascavéis. Ou você fugirá delas ou tentará controla-las para que não o machuque. O problema é que pessoas com medo não conseguem construir relacionamentos conectados (saudáveis). Elas usam ferramentas para “cascavéis” a fim de lidar com a dor e o medo da dor. Ferramentas que controlam, manipulam, tiram a liberdade, ameaçam e retêm o amor. Porque os objetivos do medo são: a distância, o controle e o castigo.
Mas você pode aprender a reagir à dor que sente nos relacionamentos com amor. Para tanto, precisará em primeiro lugar aceitar que você não pode controlar as outras pessoas. A única pessoa que você pode e deve controlar é a si mesmo.
Esse é um princípio fundamental da liberdade humana. Fomos criados para sermos livres. Deus nos deu uma escolha (Gêneses 2:16,17). Sem escolhas, não temos liberdade.
Deus escolheu nos amar, e espera que nós também escolhemos ama-Lo. A liberdade significa correr risco da nossa rejeição, mas também significa que Deus não quer nos controlar.
O perfeito amor de Deus por nós é absolutamente sem medo (Romanos 8:39). Ele pagou o preço para reparar a nossa desconexão. Ele reagiu à dor com amor, por isso não teve medo daquela cruz. O Senhor nos ama e nos dá liberdade sem medo dos nossos erros e da rejeição.
Logo, aqueles que receberam o amor de Deus podem vencer o medo. Porque quem ama não vive em uma “guerra” para controlar os outros, mas em uma batalha para controlar a si mesmo.
O amor e o medo são inimigos, reinos opostos, não podem coexistir em uma mesma pessoa. Enquanto o amor restaura e estabelece conexões, o medo as destrói.
Contudo, o espírito de amor é também espírito de poder (2 Timóteo 1:7). Por isso, podemos vencer o medo!
3. Aperfeiçoando em amor
O Senhor nos deu liberdade para escolher o que ou a quem amar. Contudo, o perfeito amor que vem de Deus aperfeiçoa nossos relacionamentos a estabelecer conexões duradouras. O amor de Deus nos capacita a controlar a nós mesmos.
Pessoas aperfeiçoadas em amor amam uns aos outros incondicionalmente. Ou seja, seu amor não está condicionado ao que um faz ou deixa de fazer. Sua escolha é forte o bastante para resistir ao medo e à dor que os outros podem lhe causar.
Pessoas aperfeiçoadas em amor expulsam o medo de seus relacionamentos (1 João 4:18).
Pessoas com medo tendem a mostrar o seu pior. Por outro lado, pessoas aperfeiçoadas em amor geralmente mostrarão o seu melhor.
Conclusão
Na congregação dos santos, o amor de Deus é transferido de uns para os outros, logo, nela podemos ser incentivados (encorajados) ao amor e às boas obras, nela temos a oportunidade de ser aperfeiçoados em amor.
Então, não deixemos de congregar (Hebreus 10:25).
Não tenha medo!
Por Emerson Cardoso
Para refletir:
- De que você tem medo?
- Como você venceu esse medo?
- Comente sobre a relação entre o medo e o amor.
- Pessoas podem viver juntas, mas “separadas” ou podem viver juntas e “misturadas”. Como você entende isso?
- Como você conhece e entende o amor de Deus por você?
- Em que sentido o amor de Deus expulsa todo o medo?
- Como a igreja pode contribuir para aperfeiçoar o seu amor?