Introdução
Texto referencial – Números 35:10-15, 22-29 (NVI)
“Diga aos israelitas: Quando vocês atravessarem o Jordão e entrarem em Canaã, escolham algumas cidades para serem suas cidades de refúgio, para onde poderá fugir quem tiver matado alguém sem intenção. Elas serão locais de refúgio contra o vingador da vítima, a fim de que alguém acusado de assassinato não morra antes de apresentar-se para julgamento perante a comunidade. As seis cidades que vocês derem serão suas cidades de refúgio. Designem três cidades de refúgio deste lado do Jordão e três outras em Canaã. As seis cidades servirão de refúgio para os israelitas, para os estrangeiros residentes e para quaisquer outros estrangeiros que vivam entre eles, para que todo aquele que tiver matado alguém sem intenção possa fugir para lá (Números 35:10-15)
“Todavia, se alguém, sem hostilidade, empurrar uma pessoa ou atirar alguma coisa contra ela sem intenção, ou se, sem vê-la, deixar cair sobre ela uma pedra que possa matá-la, e ela morrer, então, como não era sua inimiga e não pretendia feri-la, a comunidade deverá julgar entre ele e o vingador da vítima de acordo com essas leis. A comunidade protegerá o acusado de assassinato do vingador da vítima e o enviará de volta à cidade de refúgio para onde tinha fugido. Ali permanecerá até a morte do sumo sacerdote, que foi ungido com o óleo santo. “Se, contudo, o acusado sair dos limites da cidade de refúgio para onde fugiu e o vingador da vítima o encontrar fora da cidade, ele poderá matar o acusado sem ser culpado de assassinato. O acusado deverá permanecer em sua cidade de refúgio até a morte do sumo sacerdote; somente depois da morte do sumo sacerdote poderá voltar à sua propriedade. “Estas exigências legais serão para vocês e para as suas futuras gerações, onde quer que vocês vivam” (Números 35:22-29)
Vamos iniciar uma nova série de estudos ao longo do mês de setembro sobre a importância de congregar, de reunirmos na congregação.
Como veremos, por falta de conhecimento, alguns irmãos deixaram de congregar desde os tempos dos primeiros cristãos (Hebreus 10:24,25). Porém, queremos, nesta série, incentivar aos irmãos a valorizar as reuniões da igreja local como lugar de bênção, de proteção e cuidado.
1. A tipologia bíblica
A Bíblia usa diversas tipologias para ilustrar e explicar aquilo que não conseguimos ver com os nossos olhos. Essas tipologias são como sombras de algo real, mas não a sua imagem exata.
No Antigo Testamento, o povo de Deus via a revelação de Deus como quem olha para a sombra projetada, sem ver, no entanto, o que ou quem a projetava.
Eles servem num santuário que é cópia e sombra daquele que está nos céus, já que Moisés foi avisado quando estava para construir o tabernáculo: “Tenha o cuidado de fazer tudo segundo o modelo que lhe foi mostrado no monte” (Hebreus 8:5).
A Lei traz apenas uma sombra dos benefícios que hão de vir, e não a realidade dos mesmos. Por isso ela nunca consegue, mediante os mesmos sacrifícios repetidos ano após ano, aperfeiçoar os que se aproximam para adorar (Hebreus 10:1).
No Novo Testamento, porém, podemos ver a sombra e o que ou quem a projeta por meio de Jesus.
Estas coisas são sombras do que haveria de vir; a realidade, porém, encontra-se em Cristo (Colossenses 2:17).
No texto referencial lido, as cidades de refúgio é uma tipologia da congregação dos santos, a igreja local. O assassino culposo (aquele que não teve a intenção de cometer o crime) é uma tipologia do crente arrependido e confesso. O vingador da vítima tipifica o acusador, o diabo. O sumo sacerdote tipifica o remidor, isto é, Jesus Cristo.
Agora, repare nessa tipologia bíblica a importância de congregar.
2. A igreja local
A igreja local é a comunidade dos santos (congregação). A Bíblia faz referência a ela como o local onde nos ajuntamos aos “apóstolos” e demais irmãos.
Os que aceitaram a mensagem foram batizados, e naquele dia houve um acréscimo de cerca de três mil pessoas (Atos 2:41).
O verbo “acrescentar”, traduzido na NVI, ou “agregar” na ARC, significa “ajuntar-se”, “unir-se”. Aqueles que foram batizados uniram-se à liderança e aos demais irmãos na “comunidade dos santos”, ou seja, na igreja local. É na igreja local onde nos tornamos “UM” (João 17:21).
A tipologia das cidades de refúgio descreve a importância de permanecermos na igreja local “A comunidade protegerá o acusado de assassinato do vingador da vítima” (Números 35:25).
3. Lugar de refúgio
Assim como as cidades de refúgio, a igreja local é um lugar de proteção e cuidado. Isso é um princípio bíblico! Igreja – lugar de proteção contra o acusador. Enquanto estivermos em comunhão com a igreja local, o inimigo sabe que não pode nos tocar.
Perceba o perigo que corriam os “refugiados” se saíssem dela (Números 35:26,27). Contudo, não é o lugar geográfico em si que oferece a proteção, mas o local onde a comunidade de santos se reúne, ou seja, não é o prédio, mas a congregação dos santos.
Existem muitas pessoas em nossos dias que não percebem o risco que estão correndo ao deixarem de congregar. Há aqueles que acham que a razão para congregar é adorar, contribuir e ouvir a pregação. Então, preferem ficar em casa porque podem adorar a Deus lá. Outros entendem que a contribuição pode ser feita diretamente na conta bancária da igreja, e por isso não vão à igreja. E ainda outros sabendo que várias igrejas disponibilizam na internet pregações melhores que as de seu pastor, preferem ouvir de casa. Porém, a razão de congregar não se limita a adorar, contribuir e ouvir a Palavra. Congregamos para proteger uns aos outros, para encorajar e cuidar uns dos outros. Congregamos para testemunho de que estamos debaixo de proteção, e o inimigo não pode nos tocar.
Conclusão
Vimos no estudo de hoje como é importante congregarmos. A igreja local é a congregação dos santos, onde nos reunimos para abençoar, proteger e cuidar uns dos outros. No entanto, algumas pessoas trocam de igreja com muita frequência. Existem aqueles casos legítimos para mudança de igrejas, e esses devem ser acompanhados de carta da congregação de origem. Porém, mudar de igreja sem uma motivação legítima também será sempre um risco. Se o motivo for uma “frustração/decepção”, isso não demostra amor aperfeiçoado e essa atitude pode leva-lo a perder a oportunidade de ser aperfeiçoado. Às vezes as expectativas são muito altas para aquilo que uma comunidade local pode oferecer, mas o Senhor da igreja estará sempre no meio dela para fazer a obra (Mateus 18:20). Por isso, “Não deixemos de reunir-nos como igreja” (Hebreus 10:25).
Por Emerson Cardoso
Para refletir:
- Você já teve vontade de fugir de casa quando criança? Por quê?
- Que tipo de refúgio a sua casa lhe oferece? Comente.
- As cidades de refúgio eram cidades dos levitas. De que maneira os deveres dos levitas se assemelham aos seus em sua igreja local?
- Se você tivesse que produzir um filme a respeito das cidades de refúgio.
- Qual seria o título do filme, quem faria parte do elenco? Quem seria o herói do filme?
- Quem seria o acusado?
- Quem seria o prefeito da cidade?
- Quem seria o vingador da vítima
- Quem seria a vítima?
- Como o seu filme revelaria a sua compreensão a respeito das cidades de refúgio e que relação faria com a igreja local?
- Quando você tem um conflito com alguém, como você resolve? Como uma “cidade de refúgio” poderia ajuda-lo a vencer seu desejo de vingança?