Introdução
Apesar de alguns estudiosos definirem MINISTÉRIOS como o trabalho interno realizado em prol da igreja, para a sua edificação, contrastando com o trabalho externo de evangelização do mundo, denominado de MISSÕES, nós não vemos desse modo. Estamos convencidos de que os cinco dons ministeriais (Efésios 4:11) foram dados à igreja para equipar e treinar os santos a “trazerem o Céu na Terra”, para que seja feita a vontade de Deus na Terra como ela é feita no Céu (Mateus 6:10).
Ministério significa serviço, mordomia. Fomos chamados para servir (Mateus 20:28), porém, não de qualquer jeito. O serviço de Deus é organizado e com propósito. Para tanto, Ele concedeu dons à igreja para preparar os membros para um trabalho sobrenatural. Os dons ministeriais (unções) são apenas para alguns escolhidos por Deus, mas o trabalho do ministério da igreja (serviço) é para todos os membros. Não estão sinônimos de cargos e títulos dados a líderes da igreja, nem estão limitados a eles.
“E ele designou alguns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas, e outros para pastores e mestres, com o fim de preparar os santos para a obra do ministério, para que o corpo de Cristo seja edificado, até que todos alcancemos a unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus, e cheguemos à maturidade, atingindo a medida da plenitude de Cristo. O propósito é que não sejamos mais como crianças, levados de um lado para outro pelas ondas, nem jogados para cá e para lá por todo vento de doutrina e pela astúcia e esperteza de homens que induzem ao erro. Antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo. Dele todo o corpo, ajustado e unido pelo auxílio de todas as juntas, cresce e edifica-se a si mesmo em amor, na medida em que cada parte realiza a sua função” (Efésios 4.11-16).
1. Os Dons ministeriais para o treinamento sobrenatural da igreja
“Não por força nem por violência, mas pelo meu Espírito’, diz o Senhor dos Exércitos” (Zacarias 4:6).
O plano de Deus é que o seu Reino seja implantado em toda a Terra, priorizando os valores do Reino na nossa vida para que todos vejam a Glória do Senhor através de nós, de modo palpável e sobrenatural. Não conseguiríamos executar o plano de manifestar o Reino do Céu a partir de modelos da Terra. Não dá para reproduzir o Céu a partir da Terra. Apenas o modelo do Céu pode reproduzir o Céu na Terra.
Podemos ver o modelo do Céu apontado em 1 Coríntios 12, definindo claramente a ordem para o ministério da igreja. Essa ordem é apoiada por Efésios 2:17-22.
Essa ordem de liderança a partir da manifestação dos dons ministeriais repousa sobre o fundamento dos apóstolos e profetas.
“Assim, na igreja, Deus estabeleceu primeiramente apóstolos; em segundo lugar, profetas; em terceiro lugar, mestres; depois os que realizam milagres, os que têm dom de curar, os que têm dom de prestar ajuda, os que têm dons de administração e os que falam diversas línguas” (1 Coríntios 12:28).
Observamos a partir do modelo de Deus que o ministério da igreja começa por essa ordem: apóstolos, profetas, mestres, pastores e evangelistas.
2. O dom de apóstolo (unção de apóstolo)
A unção de apóstolo faz a conexão com o Céu. A missão dele é ver a realidade do Céu estabelecida na Terra. A Unção de apóstolo fará da presença de Deus, da adoração a Deus e da Agenda do Céu as prioridades máxima no ambiente onde está. O apóstolo é o chefe da construção, é o plantador (arquiteto) de igrejas locais (1 Coríntios 3:10).
3. O dom de profeta (unção de profeta)
A unção de profeta está conectada à de apóstolo. Porém, pode não estar na mesma pessoa. Os apóstolos nos mantém crendo, mas os profetas nos mantêm na expectativa de que Deus está agindo – ver o invisível, o que estava oculto aos olhos. As unções de apóstolo e de profeta canalizam o sobrenatural para a Terra.
O profeta e o apóstolo trabalham juntos observando o Céu e recriando na Terra o veem ali. Portando o ministério da igreja começa pela ação do trabalho sobrenatural, a partir do Céu.
4. O dom de mestre (unção de mestre)
Em seguida, vem a unção de mestre. O papel do mestre é ajudar a reproduzir os processos do sobrenatural para treinar e equipar os santos para cooperarem com esses processos. Porém, quando o Céu para de se manifestar na igreja, os cristãos precisam provar de alguma maneira que estão certos por seguirem a Jesus. Quando o poder do Evangelho é substituído por argumentos, todos deveriam se preocupar. Quando focamos unicamente na Palavra, com o tempo acabamos lutando entre nós mesmos acerca da Palavra.
O mestre valoriza grandemente a instrução. Eles acreditam que a maioria dos problemas pode ser resolvida com um treinamento e informando as pessoas de acordo com a Bíblia, mas verdadeira mudança somente virá sob a liderança de uma unção apostólica e profética, com um estilo de vida sobrenatural. Aí sim, os resultados do ensino serão sobrenaturais.
5. O dom de pastor (unção de pastor)
A unção de pastor vem em seguida à do mestre. Surge como líder em longo prazo. Leva tempo para formar um coração de pastor. Existem muitos líderes à nossa volta, mas quando o assunto é sobrevivência em longo prazo as pessoas procuram uma unção pastoral em seu líder. A unção de pastor estará naquele líder que cuida das pessoas (alimenta e protege).
Quando a unção de pastor está conectada à de apóstolo e profeta, isso gera conexão do Céu com todas as pessoas que esses “pastores” cuidam (líderes de NFC). Essa conexão gera um ambiente sobrenatural e permite aos “pastores” levar a presença “palpável” de Deus às vidas das pessoas.
6. O dom de evangelista (unção de evangelista)
Por fim, vem a unção de evangelista. É aquele que conduz a conexão do Céu, partindo dos apóstolos, passando pelos profetas, mestre e pastores, chega ao alvo pretendido: os que estão em trevas. Atua tanto para alcançar os não salvos como treinar e santos para fazerem o mesmo. O evangelismo é uma obra para toda a igreja, mas serão as pessoas com unção de evangelista que irão preparar os santos para fazer os mesmo.
Conclusão
As unções de apóstolo e profeta canalizam o Céu (o sobrenatural) para a Terra, os mestres ensinam, os pastores encorajam e os evangelistas anunciam aonde quer que vão. Contudo, o dom, a unção, é de Deus, pertence a Ele. Por isso, nada podemos fazer sem Ele. Dependemos Dele, de seus dons ministeriais, para fazer o ministério da igreja, de fazer “o Céu invadir a Terra” e não a simplesmente levar as pessoas a invadirem a igreja.
“Quando o Céu invade a Terra” (Bill Johnson) por meio do ministério da igreja, algo sobrenatural acontece. Contudo, por mais atuantes que sejam os dons ministeriais na igreja, somente quando eles trabalharem conectados a partir da hierarquia de Deus (1 Coríntios 12:28) veremos esse fluir de Deus na igreja.
Danny Silk considera que somente atos de honra, advindos de uma “Cultura da Honra”, podem estabelecer essa conexão. Quando reconhecemos a unção de Deus em alguém estamos honrando essa pessoa. Porque honra é aquilo que podemos dar e não o que precisamos receber!
Por Emerson Cardoso
Para refletir:
- Jesus treinou seus discípulos sobrenaturalmente para um trabalho sobrenatural. Leia o texto de Mateus 14:29-31 e responda: Que lição você extrai desse texto para a sua vida?
- O que você entende por “trazer o Céu à Terra”?
- Como é possível canalizar o sobrenatural para se manifestar na igreja local?
- Descreva os dons ministeriais (apóstolo, profeta, mestre, pastor, evangelista) e a relação entre eles.
- Considerando a descrição dos dons dados à igreja e a leitura de todo o capítulos 12 de 1 Coríntios, como você se sente em relação ao seu lugar e ministério no Corpo de Cristo?
- Você consegue identificar os dons ministeriais em nossa? Comente.
Referência Bibliográfica:
SILK, Danny. Cultura da Honra: vivendo em uma atmosfera sobrenatural. Tradução Maria Lúcia Godde Cortez. Brasília: Shara Editora, 2015.