O serviço e a honra

Introdução

Assim como Moisés derramou óleo sobre a cabeça de Arão (Salmos 133), Jesus derrama unção sobre a igreja local a partir da “Cabeça”, que desce por todo o Corpo, a fim de conceder dons para edificação do Corpo (Efésios 4:12), derramando vida, alegria, saúde, comunhão, graça, paz e todas as outra bênçãos do Céu sobre nós.

Os dons (unção) capacitam os santos para a obra do ministério da igreja (Efésios 4:11,12). Logo, não poderíamos fazer o trabalho do Reino de Deus sem eles, porque é sobrenatural.

Apesar das posições contraditórias sobre o ministério de apóstolo em nossos dias, estamos convencidos de que os cinco dons ministeriais foram dados pelo Senhor à igreja em todas as gerações para mantê-la conectada ao Céu e edificada sobre um mesmo fundamento, onde Jesus é a pedra principal (Efésios 2:19-21).

Contudo, a obra do ministério da igreja será bem sucedida se o serviço estiver sendo realizado a partir de uma “Cultura da Honra”.

1. O Ministério da igreja é servir

“‘Não por força nem por violência, mas pelo meu Espírito’, diz o Senhor dos Exércitos” (Zacarias 4:6).

Fomos chamados para servir, mas não de qualquer maneira, não por obrigação, mas por amor. Este é o ministério da igreja.

Apesar de existirem diferentes ministérios, o serviço é o mesmo – manifestar o Reino de Deus na Terra para ganhar multidões e cuidar bem delas. Porque aquele que concede os dons é um só – o Espírito Santo, de modo que:

  • O serviço é governado e tem como modelo o Céu, pois muda a maneira como a vida é vivida na Terra, porque o Céu é a prioridade, sendo o trabalho dos apóstolos manter essa prioridade.
  • Um serviço onde os santos tem os ouvidos e os olhos abertos pelos profetas para trazer o projeto do Céu à Terra.
  • Um serviço onde os santos conseguem entender o projeto do Céu pelo trabalho dos mestres, a partir da liderança dos apóstolos e profetas.
  • Um serviço onde os santos são guiados e cuidados por pastores no trabalho de expressar o Reino de Deus na Terra, sobre a liderança dos apóstolos e profetas e ensino dos mestres de acordo com o projeto do Céu.
  • Um serviço aonde os evangelistas encorajam aos santos a anunciarem o Reino de Deus em um “ambiente apostólico” (aquele que cria o ambiente para o ministério profético, que criar o ambiente para o ministério de ensino, que cria o ambiente para o ministério pastoral e, que por sua vez, cria o ambiente para o ministério evangelístico).

Uma igreja local conectada ao Céu pelo ministério quíntuplo, onde os santos reconhecem (horam) seus líderes pelos seus ministérios, exerce um trabalho sobrenatural, pois os sinais e maravilhas acompanham suas obras ao “trazer o Céu à Terra”.

2. Um ambiente para servir

Fomos criados dotados de liberdade de escolha. Contudo, liderar pessoas livres é um risco – o risco de que elas usem a liberdade de maneira errada.

Para muitos de nós a ameaça da liberdade mal utilizada parece maior que o prêmio da verdadeira liberdade. Isso gera medo nas pessoas.

A Bíblia diz que o amor lança fora todo o medo e, ainda, que Deus é amor, e onde o Espírito está aí há liberdade (2 Coríntios 3:17). Portanto, Somente haverá liberdade onde houver amor. Assim, o ambiente onde Deus está é um ambiente de liberdade.

O objetivo da liderança da igreja é criar um ambiente seguro, onde os santos tenham liberdade para servir. Onde não tenham medo de arriscar a confiar e amar nos relacionamentos uns com os outros.

3. O serviço e a honra

Certo pastor teve uma ideia para envolver a igreja com o trabalho social de doação de sangue de uma cidade que era a última do Estado em coleta de sangue. Pessoas doentes tinham que procurar seus doadores para suas cirurgias. Esse pastor mobilizou a igreja e demonstrou naquela cidade que amar ao próximo significa se doar ao próximo. Os crentes daquela cidade passaram a doar sangue três vezes por anos e o resultado do trabalho daquela igreja rendeu um grande prêmio e reconhecimento nacional àquele diretor do hemocentro.

Moral da história: não foi o trabalho daquele diretor que rendeu aquele prêmio, mas aquele pastor fez ele se sentir importante, como o responsável por aquele serviço. Esse pastor honrou aquele diretor ao dar o crédito a ele. Tornaram-se bons amigos e aquele diretor passou a ter o pastor como uma pessoa bem querida.

O serviço encontra a honra quando se valoriza, quando se ama, as pessoas a quem servimos. Pois, servir é amar aqueles que não podem retribuir o favor. Eis o serviço do ministério da igreja – um serviço que transfere poder aos impotentes, esperança aos desesperançados e liberdade aos cativos (Silk, 2015).

Conclusão

Atos de honra conectam pessoas, advindos de uma “Cultura da Honra”. Quando reconhecemos pessoas por aquilo que elas fazem estamos honrando essas pessoas. Porque honra é aquilo que podemos dar e não o que precisamos receber!

Por Emerson Cardoso

Para refletir:

  1. Você foi formado para servir! Você foi chamado para servir! Como você encara essa questão?
  2. De que forma precisamos uns dos outros? O que isso tem a ver como o nosso relacionamento com Cristo?
  3. Em sua opinião, o que significa servir por obrigação, e o que significa servir por amor?
  4. Como você honra seus pais e seus líderes (espirituais, profissionais e governamentais)?
  5. Um “ambiente seguro” é um ambiente que oferece liberdade para servir. Como você identifica esses “lugares”?
  6. “Amar ao próximo significa doar-se ao próximo”. Como você entende essa questão?
  7. “Honra é aquilo que podemos dar e não o que precisamos receber”. Comente essa questão.
  8. Que lição você extrai para sua vida da narrativa em que Jesus lava os pés dos discípulos (João 13)? Como Jesus espera que você siga esse exemplo?

Referência Bibliográfica:

SILK, Danny. Cultura da Honra: vivendo em uma atmosfera sobrenatural. Tradução Maria Lúcia Godde Cortez. Brasília: Shara Editora, 2015.

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