Nessa série, vamos explorar o princípio bíblico do discipulado. Vamos iniciar hoje com um problematização do tema a fim de justificar a necessidade do estudo; na semana seguinte a na próxima, vamos desenvolver o tema; na última semana, vamos tecer considerações finais a fim de multiplicar esta visão e prática.
Quando alguém confessa a Jesus publicamente, a igreja se alegra, comemora e dá as boas vindas ao recém-chegado à família de Jesus, mas depois que acaba o culto, para onde ele vai? Esta pergunta também pode ser representada com a seguinte ilustração: para onde vão os peixes pescados?
1. Nasce uma nova criatura
A Bíblia compara os novos convertidos como bebês espirituais (1 Coríntios 3:1; 1 Pedro 2:2). São pessoas que independente da idade natural, dependem de cuidados especiais, tais como uma criança recém-nascida.
Os novos convertidos precisam ser conduzidos na vida espiritual, precisam de um (a) tutor (a). Assim como bebês são conduzidos por seus pais naturais, novos convertidos precisam ser conduzidos por pais espirituais.
Não basta dizer ao novo convertido aquilo que ele deve saber, aquilo que ele deve fazer e aquilo que ele deve tomar posse em Cristo. Como uma criança, o novo convertido depende de alguém para “pegar em sua mão” e caminhar juntos para conduzi-los a Jesus. Alguém que vai ser um exemplo, um modelo de seguidor de Jesus..
2. Primeiros cuidados
São cuidados com:
- A limpeza e higiene;
- A alimentação;
- A proteção e afeto
Apesar de ser uma nova criatura a partir da sua confissão de fé, os novos convertidos ainda trazem em seus corpos e mentes muitas “sujeiras” do velho homem. São maus hábitos e costumes da velha natureza.
A “limpeza e higiene” costumam gerar resistência por parte do novo convertido. É por isso que deve ser feito ou acompanhado por aquela pessoa que será seu “pai ou mãe” espiritual, com quem desenvolverá maior afetividade no Corpo de Cristo. A essa pessoa denominaremos DISCIPULADOR (A).
A limpeza e higiene da mente e práticas do novo convertido serão feitas pela ação do Espírito Santo, ministrada por seu discipulador e demais lideranças da igreja, com a Palavra, imposição de mãos, orações, jejuns e boas obras. A Palavra de Deus assume principal relevância nesse processo, pois o Espírito Santo age pela Palavra de Deus. O discipulador ministrará a Palavra, cuidando da sua aplicação, principalmente naquelas áreas que precisam de “limpeza”. Tudo feito com amor.
3. Integrando à família de Deus
É no ambiente familiar que a criança espiritual se sentirá amada e bem cuidada. Portanto, ele precisa se sentir parte da família desde o primeiro dia. Caberá ao discipulador esse papel de integrar o recém-chegado à igreja.
Para integrar uma pessoa à igreja é preciso cultivar uma amizade profunda com ela. Os eventos sociais são boas oportunidades, mas é no NFC onde teremos melhores condições para isso acontecer, pois esse é o propósito do grupo todo. No entanto, será no discipulado um a um, onde podemos construir uma amizade mais íntima.
Conclusão
Temos a ilusão de que bebês espirituais vão se tornar adultos instantaneamente. Por essa razão, temos perdido muitos novos convertidos nos primeiros dias na fé. Por outro lado, temos também muitas crianças na fé que não cresceram por falta de cuidados essenciais desde os seus primeiros dias. São aqueles que dão muito trabalho aos pastores e líderes.
Por Emerson Cardoso
Questões para reflexão
- Para onde vão os peixes pescados?
- O que você entende por discipulado?
- Você teve um pai ou uma mãe na fé? Que diferença isso fez em sua caminhada cristã?
- Como você caracteriza uma criança espiritual que não cresceu na fé? O que podemos fazer para que ela cresça?