Falamos na semana passada sobre uma lei espiritual fundamental para a caminhada cristã na missão de tornar-se e fazer discípulos de Jesus: olhar as pessoas pela ótica de Deus. Em continuidade ao tema proposto, vamos discutir hoje o trabalho de integração dos irmãos à igreja local.
Aprendamos uma estratégia muito eficaz, a qual chamamos de “Fator Barnabé”, proposto pelo Pastor Abe Huber.
1. Quem foi Barnabé?
A primeira vez que ouvimos falar desse irmão foi em:
“José, um levita de Chipre a quem os apóstolos deram o nome de Barnabé, que significa encorajador, vendeu um campo que possuía, trouxe o dinheiro e o colocou aos pés dos apóstolos” (Atos 4:36,37).
A etimologia do nome “Barnabé”, no original, é baseada em duas palavras: Bar + Nabe, que quer dizer Filho do Paraclisis, da mesma raiz de “Paracletos”, ou seja, filho do consolador. Certamente os discípulos viram nele as características do Espírito Santo: aquele que encoraja, consola, ajuda, fortalece, anima, aquele que integra à vida da igreja.
2. Integrando à igreja local
Vejamos o texto de Atos 9:26-30. Saulo estava em Jerusalém, e ninguém acreditava na conversão dele, exceto Barnabé, que dedicou tempo em ouvi-lo, mostrou interesse em conhecer a sua história e cultivou uma amizade profunda com ele. Então, Barnabé deu testemunho de Saulo à igreja.
Enquanto Barnabé estava por perto Saulo era uma bênção na igreja, mas quando estava longe, começava a dar trabalho, como as crianças. Saulo começou a discutir questões da lei e de costumes judeus com Helenistas (judeus de fala grega). Então, alguns irmãos deram a ele uma passagem só de ira para Tarso. Mas lá não tinha igreja ainda, nem discipulador.
3. Consolando e encorajando a permanecer no Senhor
Vejamos o texto de Atos 11:19-24. A igreja chegou a Antioquia e os discípulos enviam Barnabé para lá. Os judeus são muito preconceituosos e eles escolheram a pessoa certa para pastorear a primeira igreja gentílica. Ele não criticou os gentios e nem exigiu que se tornassem “judeus”, primeiro, para depois seguirem a Jesus. Não, Barnabé se alegrou com a graça de Deus sobre eles e os encorajou a permanecer em Jesus. Independente das aparências, Barnabé enxergava as pessoas pela ótica de Deus!
4. Reintegrando à igreja local
Agora, vejamos o texto de Atos 11:25,26. Barnabé não via Saulo a um bom tempo, então foi procurar por ele em casa. Saulo estava quem sabe desanimado, se sentindo rejeitado, em crise, sem saber se Jesus tinha realmente falado com ele.
Barnabé encoraja e anima Saulo a permanecer em Jesus. Então, convence-o a acompanha-lo na obra de Deus em Antioquia. Barnabé convive ali com Saulo por um ano – discipulado um a um profundo.
5. O Fator Barnabé como estilo de vida
O trabalho de integração das pessoas à igreja local não é uma fase de uma “linha de produção”. O discipulador não pode simplesmente dizer “fiz a minha parte” e mandar a pessoa para outra fase. Assim como o discipulado é um estilo de vida, o caminho de uma vida toda, a integração também é. Mesmo considerando o discípulo integrado à igreja local, o discipulador continua com a responsabilidade de se mantê-lo integrado, CONECTADO. Saulo esteve integrado e precisou ser reintegrado depois, porque estava distante da igreja.
Assim, encorajamos aos irmãos que pratiquem o “Fator Barnabé” não como um método, mas como aquilo que ele realmente é: a manifestação do amor, da paciência e da compaixão de Jesus.
Conclusão
Depois de um tempo, lá em Atos 15:37-39, Paulo se desentendo com Barnabé por causa de João Marcos, pensou que ele não era mais útil. Mas logo quando fundou as primeiras igrejas, percebeu que estava errado. Porque Paulo pregava, ganhava as pessoas para Jesus e Barnabé vinha atrás, abraçando, amando, cuidando, integrando. E logo viu que Barnabé fazia falta no ministério.
Mas Paulo aprendeu a ser um Barnabé também, tanto que ao escrever 2 Coríntios 1:3-7 ele se vê como um “filho da consolação”. Mais tarde, Paulo reconhece seu erro e reintegra João Marcos ao ministério (1 Timóteo 4:11).
O Senhor imprimiu em nós as características do filho da consolação. Manifestemos continuamente a Sua graça àqueles que chegam à nós, integrando-os à igreja local.
Por Emerson Cardoso
Questões para reflexão
- O que é necessário ao discípulo para ser cheio do Espírito Santo, cheio de Jesus?
- Que resultados você pode destacar no relacionamento de um crente cheio de Jesus com pessoas ímpias?
- Como você encara a ideia de ser uma “babá espiritual” de um novo convertido?
- Como você descreve o Fator Barnabé?
- Você concorda com a ideia de que é mais importante integrar uma pessoa à igreja do que leva-la a se decidir por se entregar a Jesus? Por quê?